A POETA

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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A Iha dos Sentimentos

(recontada por Maria de Lurdes)


O Amor avisou a todos os sentimentos que a Ilha seria inundada. E queria sair de lá o mais rápido possível.

A primeira a ir embora foi a Riqueza.

O Amor pediu:

- Me leva com você?

- Não posso -, respondeu a Riqueza, meu barco está carregado de ouro.

O outro barco era o da Alegria.

O Amor tornou a pedir:

- Me leva com você?

- Não posso, estou muito alegre para levar você -, respondeu a Alegria com um enorme sorriso.

O Amor avistou outro barco, o da Tristeza, e fez o mesmo pedido.

- Não posso levá-lo comigo, pois estou muito triste, lamentou a Tristeza com muito pranto.

O Amor nunca se cansava, pois tinha esperança de sair da Ilha com vida.

A Vaidade ia passando, quando o Amor a fitou com clemência.

- Não posso, disse a Vaidade. Você pode sujar o meu barco.

A tempestade começou a se aproximar. Parecia tudo perdido para o Amor. Porém, ao longe vinha um modesto barco. E dentro dele, um velhinho.

- Suba logo, aqui tem lugar para você -, disse o velhinho.

O Amor subiu no singelo barco e velejou, velejou, velejou... O Amor estava muito curioso. "Quem será esse velhinho", interrogou a si mesmo o Amor.

O velhinho leu os pensamentos do Amor e respondeu:

- Eu sou o Tempo. E só o Tempo entende um Grande Amor.

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